domingo, 4 de março de 2012

Vírus da Sida infetou humanos no século XIX

Investigação - Estudo sobre uma das mais antigas amostras do vírus HIV-1, que causa a sida,
revelou que a doença deverá ter passado dos chimpanzés para os seres humanos cerca de meio
século antes do que se pensava até agora.
Talvez tenha passado nas últimas décadas do século XIX.

É pelo menos para aí que aponta o estudo realizado por uma equipa internacional de cientistas,
sobre uma das amostras mais antigas que se conhecem do vírus HIV-1.
O trabalho dos investigadores das universidades do Arizona (EUA) e Edimburgo(Reino Unido) foi
publicado dia 2 Outubro 2008, na Nature.
A amostra em causa data de 1959, veio da Républica Democrática do Congo e conta uma história
um pouco diferente daquela que se conhecia até agora.
Nesta nova visão, as cidades coloniais que estavam a crescer em número e dimensão no
continente africano poderão ter assumido afinal um papel-chave na expansão da epidemia humana.
Os estudos feitos até agora indicavam que o início da epidemia entre os seres humanos deveria
ter-se iniciado algures nos anos 30 do século XX, em África.
O continente onde a doença se
iniciou continua a ser África, mas provavelmente tudo começou na
década de 80 do século XIX.

A equipa comparou o vírus da amostra mais antiga com as estirpes que já se conheciam e fez
cálculos acerca do tempo que foi necessário para o vírus se modificar.
Foram estas contas que colocaram mais lá para trás, no final do século XIX, a possível estirpe
que primeiramente infetou os seres humanos.
Nessa altura, explicam os autores do estudo, citados pela BBC News, a sua transmissão
"era
relativamente fraca".
Com o início do fenómeno urbano em África, nas primeiras décadas do
século XX, o contágio entre as
pessoas, mais concentradas num mesmo espaço, tornou-se mais
fácil.
Os investigadores acreditam que foi na antiga Leopoldville (hoje Kinshasa) que irromperam

os primeiros casos de sida causados pela estirpe hoje mais comum do vírus.
.Diário de Notícias

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